quarta-feira, novembro 28, 2007

Poder Latente

Kitalphar (Qite Al'ufar al Hamadi, seu nome em árabe) nasceu em Áden, até então capital da República Democrática do Iêmen (Iêmen do Sul). O país passava por uma profunda mudança política e social em suas bases. Os ingleses, invasores antigos, haviam sido expulsos de suas bases militares no fim da década de 60, contudo, agora o povo nativo sofria agruras impostas pelos árabes do país de mesmo nome ao Norte e de seu Iman (líder) Al Iryani, que planejava a reunificação da nação subjugando a esfera meridional da população.

Em junho de 1974, sob influência do Rei da Árabia, e da alta cúpula que agia por destrás deste rei, Al Iryani fora deposto e decapitado, assumindo em seu lugar Ibahim al Hamadi, que, contudo, rebelou-se ao Rei Faissal da Arábia ao tomar conhecimento da morte de Al Iryani, tornando-se assim também alvo da fúria do Rei.

Ibahim, que era tio de Kitalphar, sobrevivera a três tentativas de assassinato, entretanto à quarta não resistiu. Neste atentado, ocorrido em 11 de outubro de 1977, o pai de Kitalphar, Abdallah al Hamadi, veio a falecer. O único sobrevivente fora o próprio Kitalphar, então com 8 anos.

Sem poder fazer nada, e entregue aos inimigos de sua família, Kitalphar viu-se sob tutela de Abdelaziz Abdul Ghani, novo governante da parte sul do país. Não permanecera muito tempo sob vigia dos assassinos de seu pai, pois em Janeiro de 1979, Ali Abdullah Saleh, novo Iman do Iêmen do Norte declarou guerra ao Sul, e nesta ocasião, aproveitando-se da oportunidade, refugiou-se na Arábia Saudita.

Entrementes, a travessia do deserto não foi fácil. A caravana a qual seguia fora abordada por assaltantes nômades. Mais uma vez safara-se ileso à investida, contudo, como conseqüência, fora vendido como escravo no mercado de Najran, no Sudeste da Arábia Saudita.

Conquanto, não chegou nem a sair desta 'cidade itinerante'. Uma confusão generalizada iniciou-se ainda no estabelecimento de escambo nômade. Pessoas corriam por todos e para todos os lados, e logo ali não restara mais ninguém, exceto Kitalphar, perplexo e atônico com a visão que tinha da chegada de dois sujeitos, aparentemente os responsáveis por todo aquele escarcéu, mas também por sua libertação.

Num misto de medo e admiração, não conseguiu mover suas pernas presas ao chão. Os dois indivíduos que se aproximavam pareciam-lhe semelhantes ao santos mártires de sua educação islâmica. Mal sabia Kitalphar naquele momento que eram realmente Santos, mas de outra espécie.

A dupla, ao ver um garoto da faixa dos dez anos (já possuía onze na verdade, em 1980 isto se passa) ali prostrado na frente de ambos, se surpreende. -... Mesmo em pânico, é corajoso. - Ao passo que o outro, aparentemente mais jovem, replica: - Ou então, não tem noção do perigo...

Agora, bem próximos, Kitalphar pôde notar bem suas feições. O menor, mais intempestivo ao seu ver, parecia não ser muito mais velho que ele próprio, talvez possuírem até a mesma idade. - "Mas, o quê?! É uma criança?! Como eu!!". - Rapidamente tirou esta idéia da cabeça, pois como ele não era. Com certeza não era fraco como ele, e mesmo com tamanha juventude, sua maneira de andar e falar condiziam à pessoas maturas, calejadas pelo sofrimento da vida.

Kitalphar então, respeitoso, desviou seus olhos deste, pousando-os no outro, este sim, pare ele, um espanto. Nunca havia visto uma pessoa como aquela, com aquele nuance. Cabelos lisos e dourados como o brilho do sol, olhos azuis como o distante mar. Claro ficava que não era natural daquelas terras, era um estrangeiro, também muito jovem por sinal, ao passo que o primeiro, por seus traços e cor de pele, mostrava-se tão árabe quanto ele mesmo.

Por último reparou em suas vestes. Um manto cobria a ambos, dos ombros aos pés, sem contudo tocar o chão. Nada mais era visível, porém, dava a crer que algo sob estes trajes lhe davam um porte robusto.

Enquanto os analisava, os dois continuavam a conversar. - És ainda imaturo, Algol, por não reconhecer sangue de guerreiro em um guerreiro. Repare em suas feridas, em suas cicatrizes. Compare com o fulgor de seus olhos. Parecem que não pertencem ao mesmo corpo. Corpo tão surrado, enquanto os olhos, porta da alma, tão serenos. Como um Cavaleiro, que não se importa com a dor do corpo, somente com o peso da alma.

- Não me venha com sermões Albiore! Não sou seu subalterno, nem seu discípulo. Para mim este moleque é só um fedelho.

Dialogavam em tom cordial, isto Kitalphar percebia, talvez erroneamente, contudo nada entendia, não falavam em sua língua. Em verdade, era grego.

- Se achas isto, Algol, tome-o como teu pupilo. Afinal, tens ordens justamente de estabelecer um protetorado em Riad. Então, leve-o contigo e teste seus achismos, como ao próprio garoto, e no fim, veja qual está certo.

- Quem decide isto sou eu. E de qualquer forma ele aparenta estar já fora da idade ideal... Bem... Não custa pô-lo à prova. O único que tem algo a perder mesmo é ele, a vida. Se é assim... Enfim, não gostaria mesmo de viajar até Riad sozinho. "Alguém tem que levar a bagagem".

- Garoto, levante-se! Venha até aqui. - Nisto Kitalphar se surpreendeu. Aquele estrangeiro estava agora o chamando em sua língua, sem apresentar até qualquer sotaque destoante. Prontamente atendeu-o. - Deves ser um escravo, certo? Bem, não és mais, acho que colocamos aqueles canalhas à correr, a esta altura já estão longe.

Mudo, Kitalphar somente assentia com a cabeça. - Podes ir embora, mas duvido que sobreviva a sós neste deserto. Olhe, meu companheiro está indo à Riad, desejas partir com ele? Devo avisar-te que, suas chances de sobreviver ao lado dele são as mesmas, ou menores, de tu venceres estas areias escaldantes dia após dia, porém, ao menos terás a chances de ser como um de nós. O que achas?

"Ser como um de nós". Estas palavras ressoaram de tal forma em Kitalphar como se apontassem à luz dentre as brumas do destino. Ser como eles, ser forte, ser tudo o que até agora ele não foi.

- Sim, aceito o convite Senhor, grato. - Esta resposta talvez inocente, mas tão autêntica e decidida espantou até mesmo Algol.

Desta forma o Cavaleiro de Perseu e Kitalphar rumaram à capital saudita, enquanto o Cefeu atravessaria o Mar Vermelho até sua meta na Ilha de Andrômeda. Ambos Cavaleiros regressavam do Santuário heleno, onde o primeiro, após sua condecoração oficial como Santo de Atena na Áustria, recebia sua primeira missão, enquanto Albiore voltava à Etiópia com uma certa desconfiança em mente sobre o Mestre...

Em Riad Kitalphar levava uma vida árdua, em tarefas tais quais a de um escravo, contudo era grato ainda ao destino, pois muito aprendia, em muito crescia, e a muito esforçava-se. Algol reconhecia o fato, mas guardava os adjetivos para si, mantendo-se indiferente à seu discípulo. Ele mesmo estranhava esta relação, afinal possuíam a mesma idade. Não sabia se Kitalphar o respeitava por ser seu libertador, ou somente por sua força.

Ao término do primeiro ano de treinamento Kitalphar ganhava um companheiro de treinos. Seu nome era Kosuke Kinami, como o nome já subentende, era japonês e um dos incontáveis filhos de Mitsumasa Kido. Devido a diferença de idade entre ele e Kinami (praticamente seis anos) e as contínuas ausências de Algol, seja em viagens ao Santuário, seja e compromissos 'diplomáticos' locais, Kitalphar sentia-se responsável pelo menino, tal como um mestre pelo discípulo, e Kinami também assim o considerava, chamando-o, a seu modo, pelo nome de Kitarufaa-sama (Por isto em grafia ocidental o nome de Qite Al'ufar tornou-se Kitalphar).

O tempo corria e o Santuário fazia cada vez mais necessária a presença de Algol em seus domínios. (Já estamos em 1985). Vendo ser o momento apropriado para pôr seus discípulos à prova e resolver um antigo problema, Perseu delimita o teste final para se tornarem Cavaleiros de Atena.

Havia uma certa Armadura, há tempos em mãos alheias ao Santuário, a ser reavida. Pelo o que o Mestre dizia, ela se encontrava em posse dos Sacerdotes Seljúcidas. A missão seria esta, retomar do Sultão Ommar Khayan a sagrada vestimenta, assim como expulsar os Seljúcidas da mítica Fonte de Castália, a qual diz a lenda, ter surgido após o coice do Cavalo Pégaso sobre a terra.

Obviamente, a tarefa não seria fácil. Os Seljúcidas, seguidores do deus Allah, deveriam oferecer alguma resistência. Algol duvidava que algum Muslim, Jinn, ou Terafim (guerreiros épicos da mitologia islâmica, sendo este último a classe de anjos muçulmanos) estivesse presente, mas por si só o Sultão já era um grande obstáculo.

Como a missão era, essencialmente, derrotar o Sultão e readquirir a Armadura, qualquer outro empecilho que surgisse o próprio Algol daria fim prontamente, a fim de limpar o caminho para Kinami e Kitalphar.

Sob recomendações de sempre permanecer atrás de Algol até que ele dissesse que podiam avançar à luta, entraram na majestosa cúpula, a qual em seu interior brotava a Fonte de Castália. Venceram facilmente os primeiros guardas e quem quer que aparecesse na frente deles. Até que, contrariando o pensamento prévio de Algol, um guerreiro Jinn aparecera. Era um 'guarda-costas' pessoal de Khayan e de poder realmente terrível. Seu nome era Shamyûsh, 24º Jinn da Hierarquia.

Kitalphar e Kinami nunca viram seu Mestre sofrer qualquer golpe. Sempre saía ileso, usando maior parte das vezes técnicas com as pernas, o que marcava seu estilo. Entretanto, por assim dizer, Algol estava levando sua primeira surra pós-treinamento. Mesmo assim, sob pedidos de Perseu, os dois pupilos nada interferiam no combate, permanecendo às costas de Algol.

Então, pela primeira vez em sua vida, o Cavaleiro usou seu lendário Escudo da Medusa. Fim. Vitória fácil, o Jinn não contava com este artefato e já gabava-se de sua superioridade, agora no máximo pode se gabar de ser uma bela escultura de pedra. Kinami e Kitalphar, pasmos, não sabiam se comemoravam a vitória, se temiam o poder daquele escudo, ou se, sequer, dirigiam a palavra à Algol, ele parecia transtornado. - "Seria o primeiro assassinato do Mestre?".

Avançaram. Logo ficaram cara-a-cara com Khayan. O combate se prolongou durante algo tempo, sem intermissão do Cavaleiro de Perseu, que somente assistia, contudo com o olhar ao longe, não parecia realmente prestar muita atenção ao que ocorria.

Kitalphar colocava em prática sua técnica de esquiva e ataque sincrônicos herdada de seu mestre, sendo sua velocidade de espantar até mesmo o próprio Sultão, porém, nenhum dano efetivo causavam a aquele sacerdote.

- Basta! - Proferiu Algol. - Vocês ainda são fracos! Não merecem lutar por esta glória. Saiam da frente, deixem que eu resolvo isto. Vocês não conseguirão matá-lo se realmente não estiverem dispostos a matar!

Nisto o Sultão tentou golpear Algol, que instantaneamente pôs Khayan ao solo. Em termos de poder este não se comparava ao Jinn vencido anteriormente. Inconsciente estando seu rival, Algol voltou-se para seus dois discípulos. - Pensam que isto é brincadeira? Por acaso acham que existe uma Armadura para cada um? Pensam que sairiam daqui ser ter que provar o gosto da morte ou da matança?

Sem pestanejar, Algo afunda o punho no pescoço do sacerdote caído. - É assim que se faz! - Uma mistura de saliva e sangue escorria da boca de Khayan.

- Agora é a vez de vocês. Andem, lutem. Ao vencedor o prêmio da vida e a condecoração da Honra de Atena!

Ao ver tamanha cena cruel, Kitalphar retirou da mente aquele pensamento sobre Algol ter matado pela primeira vez momentos atrás. Porém, não sabia que, na verdade ele estava correto. Este era somente o segundo assassinato cometido pelo Cavaleiro de Perseu. Aliás, retirou muita coisa de sua razão, esqueceu-se de todo o respeito que mantinha por Algol, respeitava a força, mas não para matar. Tudo havia sido uma ilusão.

Kinami estava plácido de medo, mas mantinha-se de pé. Assemelhava-se muito ao próprio Kitalphar anos atrás. - "Seu corpo treme, mas sua vista me perfura". Ao seu ver, se continuasse assim, Kinami sofreria da mesma desilusão. Mas via agora a própria vida, que motivos tinha para viver após esta decepção? Ao menos Kinami ainda possuía algum fio de esperança a se agarrar. - "Ele deseja ser um Cavaleiro, eu não mais".

Kitalphar deu um pequeno passo à frente e, por reflexo, Kinami quase desabou ao chao pensando ser um ataque. - Eu não lutarei. - Disse gravemente Kitalphar, naquele mesmo tom em que, anos atrás, espantara Algol com tamanha resolução.

O Cavaleiro talvez já esperasse, mas temia que isto acontecesse. - Bem, lembra-se de quando você entrou nesta jornada? Não há caminho de volta, ou ao menos não há caminho que possa se sair com vida. Da mesma forma, se você voltasse ao deserto morreria de inanição. Daqui você não pode regressar, senão para a morte. - Disse Algol em tom sombrio.

- Se não lutar contra ele, terá que lutar contra mim. E os ganhos não são os mesmos. Me matando isto será traição ao Santuário, e logo outros virão dar cabo de você. As únicas coisas que você ganhará são inimigos. Você sempre irá fugir assim, quando a vida lhe impõe barreiras? Da mesma forma como fugiu de seu país? Como fugiu da desgraça de seus pais?

Algol tentava fazer despertar a ira, a revolta, qualquer sentimento que inflamasse o sangue de Kitalphar à luta. Mas nada funcionava. Kitalphar perdera sua personalidade, se é que havia alguma, ele somente respeitava a força, mas força era algo que qualquer um poderia ter, como ele tinha visto com o Jinn, logo não era nada de especial, único, que o tornasse diferente daquilo que ele já era, e tentava deixar de ser.

- Não me interessa, Algol. Faça o que bem entender, eu vou embora.

- Tsc. - Algol subitamente retirava sua Armadura. - Está bem. O que eu quero é lutar, e tirar este ar de superior que nunca vi em sua cara. Não pense que sujar as mão de sangue me torna um ser mais desprezível que um covarde como você! - Despojado de suas armas, Algol parte ao combate. Com sua seqüência preferida de chutes atira Kitalphar contra o pilar central da Fonte Castália. Ensopado, o discípulo ergue-se para novamente levar um combo de ataques que tornam rubras as águas da nascente.

- Foi uma pena, Kitalphar, mas adeus! "Você realmente tinha sangue de guerreiro, sempre resoluto e convicto em suas ações e palavras. Se vingue de mim no outro mundo um dia". Foi o último pensamento de Algol ...

... Até ter seu punho, que ia em direção à face de Kitalphar, bloqueado pelos braços em cruz de Kinami, que se postara a sua frente e recebera todo o impacto. - "O quê? Kinami?".

- Idiota, ainda não é a sua vez! - Kinami ainda se reerguera, enquanto Kitalphar, atordoado, mal percebera o que havia acontecido. Algol então dirigiu-se a Kinami, ajudou-o a se levantar, e tocando seu rosto o ergueu a fim de ver seus olhos. - O que pensa que está fazendo? - Desferiu então um tapa em sua face que o jogou à metros de distância, fazendo-o cair perto do corpo morto do Sultão.

- Tolos, eu devia ter deixado o Sultão matá-los! Ande, levante Kitalphar. Me cansei de vocês, ou prefere que eu acabe com o Kinami primeiro? Nem a isto você se mostra sensível?

Não, não se mostrava, aparentemente não. - Você não merece viver mesmo, Kitalphar. Decepcionante, mas a morte seria um presente para você, a vida precisa lhe ensinar muitas coisas ainda. Maior desgraça que te acontecerá será nunca mais poder servir a Ordem de Atena.

Estranhamente compassivo, Algol mudara de postura, pronto até mesmo a carregar seu discípulo combalido, digo, agora seu ex-discípulo. Quando percebeu que não estavam a sós.

- Hahahah. Devia ter deixado eu matá-los? Não precisa 'deixar', resolvo isto por conta própria. Algol, Cavaleiro de Prata, você me menosprezou, assim como eu a você. Mas agora é diferente. Um alto sacerdote de Allah não se rende, jamais. Tome isto como prova do que falo!

Algo caiu pesado no chão ao seu lado com um baque seco. Era o corpo de Kinami, com seu pescoço torcido...

Horrível...

Morte inútil...

Incapacidade...

Culpa....

Força.

Força, para que força? Como se Kitalphar despertasse de um pesadelo, acordando aliviado de alguma forma, mas também pesaroso pelo sonho ruim, parece ter encontrado a resposta. Não importa ser uma pessoa melhor ou não, boa ou má, basta ter força para evitar que isto ocorra. Força, isto queria ter, isto teria, isto tinha.

Algol parecia estar petrificado por sua própria arma secreta, a diferença é que mesmo frio como pedra, ainda possuía movimentos. Lentamente expandia seu cosmos, com certeza, como nunca havia feito em vida. Temeroso, Khayan se pôs em guarda, contudo não seria Algol o adversário do Sultão de Allah.

- Se acha meu poder perturbador, é melhor fugir. Veja seu verdadeiro adversário logo atrás de mim, e chore por seus atos. Adeus e vá pro inferno. - Algol carregou o corpo de Kinami para fora do templo da fonte e deixou Kitalphar a sós com seu destino, onde, fatalmente se tornaria Cavaleiro de Atena, varrendo seu arrependimento com o sangue alheio.

Um brilho luziu por alguns instantes logo cessando, era a Armadura de Cavalo Menor, que como se atendesse um pedido, veio vestir seu guerreiro para a batalha.

- "A culpa foi minha. Compreendo meu mestre. Se eu fosse forte, teria evitado a morte de Kinami, teria eu o vencido, mas não o levado a morte. Ele ainda estaria vivo. Vivo". - Força, sinta minha força, seu canalha. Mas não sinta medo, não quero que sinta algo que Kinami não sentiu na hora da morte. Simplesmente sinta minha força!

[Fissura Excelsa]

O chão se abria em fendas, as águas jorravam por entre elas e inundavam o apanágio do templo. A correnteza levava consigo as riquezas em ouro acumuladas pelos seljúcidas em centênios. Tudo desabafa, mas restavam ainda os dois combatentes, assim como o pilar central da Fonte Castália.

Por fim, um tombou, outro saiu vivo, com suas vestes em frangalhos, mas com um peso na alma que nunca seria sanado enquanto não tivesse uma certeza, a única que importava, a certeza de ser o mais forte.

- "Força, é tudo que eu posso lhe oferecer, Kinami".

Nenhum comentário: